
Pesquisas científicas de estudantes de Arapiraca e Lagoa da Canoa foram selecionadas para o London International Youth Science Forum (LIYSF)
publicado em 24.7.2013 às 19h15
Texto: Tayana Moura e Ana Paula Lins
Foto: Reprodução
Embarcaram para Londres, na manhã desta quarta-feira (24), os alunos de Arapiraca e Lagoa da Canoa que representam as escolas públicas alagoanas no London International Youth Science Forum (LIYSF). O evento científico, que é um dos mais importantes do mundo, tem início nesta quarta-feira (24) em Londres e prossegue até o dia 7 de agosto, no Imperial College, renomada universidade britânica.
Foram selecionadas para participar do evento as pesquisas "Costus Spiralis: uma alternativa para aliviar cólicas renais", dos alunos José Anderson de Farias e Claudberg Bem Pantaleão, da Escola Estadual Izaura Antônia Lisboa, de Arapiraca, e “A sedimentação dos resíduos sólidos presentes em águas turvas de pequenas comunidades utilizando a semente da Moringa Olífera Lan”, do estudante Johnny Gomes Pereira, da Escola Nossa Senhora da Conceição, de Lagoa da Canoa. Os estudos foram orientados pela professora de Química Nadja Alves, que leciona nas duas unidades de ensino.
Na véspera da viagem, o grupo foi recebido pela secretária de Estado interina da Educação, Josicleide Moura. Para que os jovens representassem a rede estadual no evento, o Estado custeou passagens, diárias e inscrição no fórum.
“Para nós, é um grande orgulho ver pesquisas desenvolvidas por alunos e escolas da nossa rede tendo reconhecimento e representando o nosso Estado em um evento científico internacional. Aproveitem cada momento, pois será uma experiência única e muita enriquecedora”, destacou a secretária.
Os estudantes não escondem o entusiasmo por participar do fórum. “Estamos muito otimistas e nos preparando diariamente para fazermos uma boa apresentação, pois representamos as escolas públicas de Alagoas”, salienta Anderson. “Nossa expectativa é a melhor possível e nos esforçaremos ao máximo, pois lá encontraremos projetos de altíssimo nível de todo o mundo”, complementa Johnny.
A professora Nadja Alves, que participa do evento pela segunda vez – em 2012, expôs estudo sobre extração de corantes naturais do fruto do jenipapo com as alunas Gleysse Taynar Gomes e Mikaelle Aryelle de Lima – frisa a importância do evento. “O LYSF reúne as melhores pesquisas desenvolvidas nas áreas de Química, Física e Biologia de 60 países e, por isso, é uma alegria ter um projeto de nossas escolas selecionado mais uma vez, pois confirma a qualidade da pesquisa que desenvolvemos”, declara.
Cólicas renais - Iniciada em setembro de 2012, a pesquisa Costus Spiralis já figurou na Mostra de Ciências e Tecnologia da Escola Açaí (MCTEA), no Pará; na Exposição de Ciência e Tecnologia (Expocit), no Rio de Janeiro; na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), em São Paulo; e na Expo Milset Brasil, em Fortaleza.
Durante as investigações, Anderson e Claudberg descobriram as propriedades medicinais da planta Costus Spiralis, popularmente conhecida como Cana-de-Macaco ou Cana-do-Brejo. Com a descoberta de que essa planta era usada na medicina natural como diurético, analgésico e para ajudar a eliminar os cálculos renais, os dois estudantes decidiram triturar suas folhas e chegaram à produção do remédio, que pode ser ingerido como chá e em cápsulas.“Desenvolvemos uma alternativa acessível para pessoas que não têm condições de custear um tratamento”, destaca Anderson, 16 anos, aluno do 2º ano do Ensino Médio.
A próxima meta dos estudantes é produzir o medicamento em cápsula, uma vez que, inicialmente, ele apenas vem sendo produzido em saquinhos de chá. “Queremos patentear essa ideia e sabemos que, para isso, precisamos intensificar a pesquisa, e por isso, fizemos uma parceria com a Uneal para análise fitoquímica e um possível teste com ratos de laboratório”, revela Claudberg.
Após a apresentação do projeto em Londres, os estudantes ainda viajam para o Maranhão, para expor a descoberta na Feira de Ciência e Tecnologia (Fecitec).
Tratamento – Premiada no início do ano no Encontro de Iniciação Científica (EIC) do Ifal Palmeira dos Índios – onde obteve credenciamento para o fórum londrino –, a pesquisa “A sedimentação dos resíduos sólidos presentes em águas turvas de pequenas comunidades utilizando a semente da Moringa Olífera Lan” propõe uma alternativa de baixo custo para o tratamento de água nos açudes do agreste alagoano.
“Já realizamos esta pesquisa há um ano e meio em Lagoa da Canoa, e o foco é melhorar a qualidade da água consumida em nossa região, marcada pela seca e pelas escassez de fontes de água”, explica o jovem.
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